A série The White Queen (2013), produzida pela BBC One em parceria com o canal Starz, é baseada em três livros da escritora Philippa Gregory: The White Queen (sobre Elizabeth Woodville, rainha consorte de Edward IV), The Red Queen (sobre Margaret Beaufort, mãe de Henry VII) e The Kingmaker’sDaughter, (sobre Anne Neville, filha de Richard Neville, conde de Warwick e rainha consorte de Richard III).

The White Queen é de longe a série mais historicamente precisa do canal Starz (que também produziu The White Princess e The Spanish Princess). Mas, por ser baseada em livros que misturam realidade com rumores da época e fantasia, alguns fatos podem confundir aqueles que conheceram e se interessaram pelos períodos York e Tudor através das séries.

Estes artigos especiais abordam os principais momentos de cada um dos dez episódios de The White Queen e esclarece se foram reais, fictícios ou baseados em rumores.

Você pode conferir os artigos sobre cada episódio na lista a seguir:

Episódio 1:  Apaixonada pelo Rei

Episódio 2: O Preço do Poder

Episódio 3: A Tempestade

Episódio 4: A Rainha Má

Episódio 5: A Guerra na Própria Pele

Episódio 6: Amor e Morte

Episódio 7: Veneno e Vinho

Episódio 8: Vida Longa ao Rei

Episódio 9: Os Príncipes na Torre

Episódio 10: A Batalha Final

The White Queen Episódio 10: A Batalha Final

Edward de Middleham passou os últimos momentos e faleceu em Westminster, perto dos pais

Anne e Edward estão deitados abraçados na cama, cochilando. Anne passou o dia  cuidando do filho doente.
Anne Neville (Faye Marsay) cuida do filho Edward de Middleham (Nicholas Croucher) em uma still do décimo episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Ficção

Margaret Plantagenet: Milady! Lady Anne!

Anne Neville: Margaret, o que foi?

Margaret Plantagenet: Ele disse que estava quente, mas estávamos brincando e eu adormeci…

Anne Neville: Não! Não! Richard!

Diferente de The White Queen, O Príncipe de Gales não morreu em Westminster, perto da família e não existem registros sobreviventes sobre o funeral dele. Richard III e Anne Neville foram pegos de surpresa pela morte do filho e não sabiam que ele estava doente, pois seguiam a agenda de compromissos normalmente, como se nada estivesse acontecendo. Elizabeth de York ter oferecido apoio a Richard enquanto Anne chorava é ficção.

Edward de Middleham, Príncipe de Gales, era o único filho conhecido de Richard III e Anne Neville. A data de nascimento do príncipe é desconhecida, porém, ele nasceu entre dezembro de 1473 e fevereiro de 1478. É provável que Edward tenha nascido por volta de 1476, uma vez que documentos do ano de 1483 apontam que o menino tinha pouco mais de sete anos.O Príncipe de Gales nasceu no Castelo de Middleham, residência preferida de Richard e Anne. Pouco se sabe sobre a vida dele, entretanto, é frequentemente afirmado que o garoto possuía saúde frágil e não viajava muito, nem mesmo para a coroação dos pais, em julho de 1483.

Edward se tornou Duque da Cornualha em 26 de junho de 1483 e foi nomeado Lorde Tenente da Irlanda em 19 de julho do mesmo ano. Cerca de dois meses mais tarde, Richard III o investiu como Príncipe de Gales e Conde de Chester (títulos tradicionais dados ao herdeiro do monarca) em uma cerimônia suntuosa em York no dia 24 de agosto de 1483. Durante a celebração, Richard cingiu o príncipe com uma espada, colocou um anel de ouro no dedodo menino e um bastão de ouro na mão. 

Algumas despesas do último verão de Edward em Middleham, somente seis meses antes da morte dele, estão registradas no Signet Docket Book de 1483-1485. Nenhuma das anotações é datada, mas o escritor AJ Pollard reconstruiu boa parte da linha do tempo.

Um mandado foi emitido para os auditores de Middleham no valor de £ 196, gasto entre o início de maio e 25 de setembro. Dos 59 itens listados, cerca de dois terços são para a casa do “Lord Prince Edward” e funcionários.

A ordemconstitui vários pagamentos à Jane Collins, governanta de Edward, auxiliada por Agnes Cooper. O salário anual de Jane era de £ 5 e ela comprou ‘stuffe’, certamente bens domésticos, no valor de 46s. (£ 1287). Outras mulheres na casa do príncipe incluíam Isabel Burgh e Anne Idley.

Seis atendentes estão listados no mandado: Oliver Camer, John Vaughn, Rukes Metcalfe, Anthony Peacock, Dennis e John Marlar. Metcalfe e Peacock receberam um pagamento adicional além de salários trimestrais por acompanhar Edward, que passou o verão viajando de carruagem. Pagamentos por consertos na carruagem e homens contratados para cortar grama sugerem que parte da estrada encontrava-se coberta de vegetação e a carruagem era incapaz de passar facilmente.

Lady Collins fez oferendas em nome do príncipe para Our Lady of Coverham e Our Lady of Wensleydale, em Jervaux e Fountain Abbey. Um pano verde foi comprado para costurarvestimentas para Edward e 5sforam gastos em uma pena.

As atividades de lazer do Príncipe de Gales incluíram a observação de cães, a participação nos Jogos de Maio locais e ser entretido por “Martin, o bobo”. A alegria logo se transformaria em tristeza.

Em março de 1484, o rei e a rainha deixaram Londres e seguiram para o norte por meio de Cambridge, para uma visita de dois dias ao Queen’s College, onde “a mais serena Rainha Anne… aumentou e dotou o colégio com grandes quantias“. Em agradecimento, as autoridades universitárias obtiveram um decreto para que uma missa fosse celebrada anualmente em 2 de maio “pelo feliz estado do príncipe mais renomado [Rei Richard] e sua querida consorte Anne“. O casal seguiu para Nottingham e recebeu a desastrosa e inesperada notícia da morte do filho. Edward de Middleham faleceu em 9 de abril de 1484, provavelmente por conta de uma tuberculose. O Cronista de Croyland relatou:

Pois, no mês seguinte de abril, em um dia não muito distante do aniversário do rei Edward [IV], este seu único filho [de Richard], em quem todas as esperanças da sucessão real, fortificada com tantos juramentos, estavam centradas, foi apreendido com uma doença de curta duração, e morreu no Castelo de Middleham, no ano de nosso Senhor, 1484, sendo o primeiro ano do reinado do referido rei Richard. Ao ouvir a notícia disso, em Nottingham, onde eles estavam morando na época, você pode ter visto seu pai e sua mãe em um estado quase à beira da loucura, por causa de sua dor repentina.

Entre os mistérios que cercam Richard III, está o local do enterro do pequeno Edward. Um monumento está localizado no canto nordeste da igreja medieval de Santa Helena e Santa Cruz, na vila de Sheriff Hutton, em Yorkshire. A efígie de alabastro branco de uma criança vestindo um longo manto e uma tiara, não é uma tumba, mas um cenotáfio (ou seja, está vazio).

A tumba foi identificada provisoriamente como a do Príncipe de Gales, em parte com base na presença de um pequeno pedaço de vitral do século XV colocado na janela, descoberto em 1623. O vidro representa o Sol em Esplendor, símbolo usado pela Casa de York. De acordo com uma história famosa, o príncipe foi enterrado na igreja no lado oposto, ao sul da igreja, na capela ancestral de Neville, família de da rainha Anne.

A cidade de Sheriff Hutton era importante para os pais de Edward, um ponto de encontro chave para o Conselho do Norte para o qual Richard se dirigiu por vários anos. No entanto, assim que o rei e a rainha souberam da morte do filho, eles seguiram para o norte, para York e, em seguida, para Middleham. Não há menção de uma visita a Sheriff Hutton. Outros possíveis locais escolhidos para o descanso do menino são a vila de Coverham ou a Abadia de Jervaulx, ambos próximos a Middleham.

Richard III planejava construir uma capela em York para a família dele (dentro da Catedral de York ou uma capela independente). Os reenterros eram relativamente comuns no final do século XV.  Edward IV reenterrou o pai Richard e o irmão Edmund no ano de 1476, em Fotheringhay. O próprio Richard III ordenou que o corpo de Henry VI fosse levado à capela de Saint George, em Windsor, em 1484. É bem plausível que ele pensasse em fazer um novo funeral para Edward quando decidisse o local do mausoléu da família.

Os inimigos de Richard interpretaram que o destino da criança foi uma retribuição divina pelo desaparecimento dos Príncipes na Torre. A morte de um herdeiro é infinitamente pior quando o rei não tem um “reserva”. No caso de Richard III, Edward era seu único filho legítimo e precisava de um substituto. Escolher alguém da família não era uma tarefa fácil.

Edward, Conde de Warwick, era o último herdeiro homem remanescente da Casa de York, e possuía a melhor reivindicação. Entretanto, parece que o rei escolheu outro sobrinho, John de la Pole, Conde de Lincoln.  John era o filho mais velho da irmã de Richard, Elizabeth, e do Duque de Suffolk.  Com cerca de vinte anos, John era um homem, não um menino (causa de parte dos problemas de Edward V), embora a afirmação dele possa ter sido considerada um pouco mais fraca, por ser através da linha feminina.  A sucessão através de uma linha masculina ainda era geralmente preferida.

O Conde de Lincoln foi designado para o Conselho do Norte e provou ser capaz de exercer o papel.  Muitos historiadores pensam que Richard III gostaria de trocar Lincoln pelo Conde de Warwick quando o garoto atingisse a maioridade.  O rei colocou Edward Warwick aos cuidados da casa de John de la Pole para ser educado.  John poderia estar ciente de que era um herdeiro temporário para Warwick ou para o filho de Richard, que era muito jovem, tinha apenas 31 anos e grandes chances ter mais filhos e um herdeiro masculino. 

Anne Neville faleceu no dia em que aconteceu um eclipse solar

Anne está doente e deitada na cama, tendo um pesadelo. Richard está ao lado dela, passando a mão na cabeça da rainha, claramente preocupado.
Richard III (Aneurin Barnard) preocupado com Anne Neville (Faye Marsay) no décimo episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Richard III: Anne, você viu o sol? Foi muito estranho.

Anne Neville: Minha irmã está aqui. E meu filho, Edward.

 Richard III: Anne?

Após a morte de Edward de Middleham, ficou ainda mais claro que Henry Tudor pretendia invadir em breve e Richard e Anne precisavam de um herdeiro urgentemente.  A rainha tinha apenas 27 anos e parecia saudável. Costuma-se supor que, quando Richard residia em Scarborough, no verão de 1484, para dirigir as operações navais contra os escoceses, Anne também vivia lá, residindo na torre nomeada em 1538 pelo viajante John Leland como ‘The Queens Towre ou Lodging ‘.

Contudo, Anne Neville apresentou sintomas de uma “doença mortal” pouco por volta do início de 1484. Existem poucas pistas sobre a doença da rainha, no entanto, a maioria das fontes sugere que tuberculose. Só é possível saber com certeza é que era “incurável e imparável”, mesmo com o conhecimento médico à disposição do rei e que Richard foi “aconselhado” (obrigado, contra vontade) pelos médicos a evitar a cama de Anne porque a doença poderia ser.

Anne faleceu na quarta-feira, 16 de março de 1485, no dia em que Inglaterra presenciou um eclipse solar, dois meses depois de cair doente. Muitas pessoas da época julgaram que era uma metáfora para avisar que Richard III caiu da graça celestial e o reinado dele estava chegando ao fim.

Desde o início da enfermidade da rainha até a morte dela, o rei nunca deixou o Palácio de Westminster, onde Anne passos os últimos meses de vida, exceto por um total de 11 dias, quando ele viajou para compromissos em Windsor. Diversos escritores reconhecem que foi a indicação mais forte de que Richard amava sua esposa e foi leal a ela até o fim. Ele poderia ter ido para outro lugar, dado desculpas e fugido de tudo, mas permaneceu com ela até o fim, fato importante sobre o homem cujo lema era “Loyaltie me Lie” (A Lealdade me Guia).

Anne Neville foi enterrada em um túmulo não identificado na Abadia de Westminster “com honras não menos do que adequadas ao enterro de uma rainha“. Foi relatado que Richard chorou no funeral dela, algo incomum para um rei.

Segundo o hagiógrafo da família Beauchamp, John Rows,escritor de The Warwick Roll, a rainha era “decente, amável e bela, em condições totalmente louváveis e virtuosas e, de acordo com a interpretação de seu nome Anne, totalmente graciosa”.

As contas do sacristão de Westminster registram o pagamento de ₤ 42,12 pelo enterro de Anne, mas não há contas do funeral ou de qualquer monumento. O livro The Great Chronicle of London, escrito na década de 1530, registra que ela foi enterrada ao sul do altar alto, “pelo lado sul que leva à Capela de Seynt Edwardys [Saint Edward’s]“. Uma lista de sepultamentos de Westminster do final do século XVI também aponta para o lado sul do Santuário. Segundo Stow, a rainha foi enterrada ao sul da sacristia de Westminster, para Crullalega, o túmulo dela está no corredor do coro sul.

Richard III não teve tempo de construir um monumento ou uma lápide para a esposa Anne, visto que ele morreu no mesmo ano, na Batalha de Bosworth. O site oficial da Abadia de Westminster explica sobre o sepultamento e a lápide feita para a rainha em 1960:

Anne morreu no Palácio de Westminster em 16 de março de 1485 durante um eclipse solar. Ela teve um funeral magnífico e foi enterrada no lado sul do Altar-mor da Abadia, em frente ao Sedilia (assentos para os sacerdotes). Nenhuma lápide ou monumento marcava seu túmulo, possivelmente porque Richard foi morto naquele ano. (O caixão de chumbo de um adulto foi visto perto de Sedilia quando Sir George Gilbert Scott preparava o novo altar- mor no final do século XIX, mas não foi perturbado – pode ter sido o da rainha).
Uma placa e um brasão de latão, desenhados por J. Sebastian Comper, foram erguidos em 1960 na parede do deambulatório sul (a área mais próxima possível ao local da sepultura), com a inscrição:


ANNE NEVILL 1456-1485 RAINHA DA INGLATERRA, A FILHA MAIS NOVA DE RICHARD CONDE DE WARWICK CHAMADO DE KINGMAKER, ESPOSA DO ÚLTIMO REI PLANTAGENETA RICHARD III. 


“Em pessoa ela era decente, amável e bela … E de acordo com a interpretação de seu nome Anne, totalmente graciosa”


DESCANSE EM PAZ.


A citação foi retirada do Rous Roll da Biblioteca Britânica. O escudo heráldico é esmaltado e encimado por uma coroa.

Richard III e Elizabeth de York viveram um romance e existiam rumores de que o rei envenenou a rainha para se casar com Elizabeth

Elizabeth e Richard estão muito próximos, olhando um para o outro nada tenda antes da batalha. É possível ver as velas ao fundo.
Screen Capture do momento em que Elizabeth de York (Freya Mavor) e Richard III (Aneurin Barnard) se declaram no décimo episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Os rumores existiam, mas Richard e Elizabeth provavelmente nunca viveram um romance

Elizabeth: Lady Margaret disse que você está me usando e riu de mim por amá-lo. Se é verdade, diga.

Richard III: Não é verdade.

(…)

Richard III: Eu vencerei e a tornarei rainha, Elizabeth. Por você, por mim e pela Inglaterra.

É impossível saber a real natureza do relacionamento de Richard III e Elizabeth de York, todavia, é improvável que eles tenham tido algum algo romântico. Em The White Queen, Anne Neville não gosta de estar perto da princesa e é sempre rude com ela. Na vida real, a  relação delas parece ter sido bem diferente.

Elizabeth foi convidada a ingressar na corte do tio, Richard e da rainha Anne, como convidada de honra após deixar o santuário na Abadia de Westminster com a mãe, Elizabeth Woodville, e as quatro irmãs mais novas, Cecily, Anne, Katherine e Bridget.A princesa Elizabeth atuou como assistente (Dama de Companhia) de Anne desde então.

As duas pareciam próximas e chamaram a atenção do cronista de Croyland durante as festividades de Natal de 1484 em que “várias mudanças de vestuário foram apresentadas pela rainha Anne e Lady Elizabeth… de cor e modelos semelhantes”, “ sempre com muitas risadas, cantando e dançando”.

Os escritores Nicholas Pronay e John Cox interpretaram a passagem de forma um pouco diferente, não em relação à amizade delas, mas sobre a aparência:

Muita atenção foi dada ao canto e à dança e às trocas de roupas vãs entre a Rainha Anne e Lady Elizabeth, filha mais velha do rei morto, que eram semelhantes em aparência e figura.

A implicação deles é a de que a semelhança não estava nas roupas, mas na aparência da rainha e da princesa, uma semelhança tão próxima que elas podiam trocar de vestidos. Se a interpretação estiver correta, diz muito sobre o relacionamento próximo entre Elizabeth e a tia, e talvez quase tão importante, pode ser a primeira indicação real de como era Anne Neville.

Enquanto o tribunal celebrava a décima segunda noite das festas de Natal, chegou a notícia de que Henry Tudor tentaria uma invasão no próximo verão. Imediatamente, Richard III se viu inundado por rumores hostis “de pessoas mal dispostas”. Depois do favor demonstrado a Lady Elizabeth no Natal, um boato de que o rei iria se casar com ela após a  morte de Anne “ou por meio de um divórcio para o qual ele acreditava ter motivos suficientes” ganhou força. 

A partir do momento em que a rainha faleceu, em 16 de março, os rumores mudaram para “ele estava envenenado a rainha para se casar com a sobrinha”. A preocupação dos conselheiros próximos de Richard, Sir Richard Ratcliffe e Sir William Catesby era imensa, e eles aconselharam  o rei a negar os rumores publicamente.  A família Neville, no norte, poderia se tornar perigosamente insatisfeita se confiasse nos rumores (como Anne sugere na série).  Richard concordou.

Em 30 de março, o rei chamou o prefeito e os lordes disponíveis em Londres pata o grande salão do St. John Hospital para responder ao rumor de que ele envenenou Anne para se casar com Elizabeth . Dirigindo-se a súditos em “em voz alta e distinta”, ele “mostrou sua tristeza e desagrado e disse que nunca lhe ocorreu se casar dessa maneira, nem desejando, nem contente com a morte de sua rainha, mas que estava tão pesaroso e com o coração tão pesado quanto um homem poderia estar”.

O boato se espalhou pela Europa, principalmente na França, onde Henry Tudor passava um tempo hospedado na corte do rei Charles VIII. Na época, Henry já havia prometido se casar com Elizabeth e estabelecido um acordo com Charles.

Não se sabe como os rumores tiveram início, no entanto, são inúmeras possibilidades. Foi sugerido que a fofoca teve início com o próprio Richard (como em The White Queen) para chamar os apoiadores Edward IV para si, contra Henry. Alguns biógrafos insinuam que o rei realmente cogitou a ideia de se casar com Elizabeth em um ato desesperado e que os conselheiros “traiçoeiros” levaram o trecho da conversa aos inimigos. Outros sugerem os Tudors, para difamar a reputação do rei e pintá-lo como alguém disposto a fazer qualquer coisa pelo poder, incluindo seduzir a sobrinha.

Os franceses, que abrigavam Henry, também tinham muito a ganhar com o boato, pois ajudava a aumentar o apoio inglês contra Richard e os embaixadores e espiões ajudaram a tecer a história pelo resto da Europa – Borgonha, Bretanha, Roma, Espanha e Portugal.

Sem a Princesa Elizabeth, as chances de Henry Tudor ganhar a coroa eram muito remotas. Ela era o trunfo da reivindicação dele e teria o mesmo propósito para Richard. O casamento com a popular Elizabeth garantiria que os filhos seriam inequivocamente herdeiros legítimos.

Contudo, não faria tanto sentido para Richard. O Parlamento declarou a princesa os irmãos bastardos. Casar com ela seria reconhecer que a era uma mentira, já que era impensável casar-se com uma rainha de nascimento questionável. 

Um historiador chamado George Buck escreveu um resumo de uma carta que Elizabeth de York supostamente escreveu para John Howard, Duque de Norfolk, datada do período que ela vivia em Sheriff Hutton (Richard a enviou para a cidade para dissipar os rumores). A carta original não está mais disponível, nem as anotações de Buck. Uma versão dos registros revela:

Quando o meio e mais dias de fevereiro [1485] se foram, Lady Elizabeth, estando muito desejosa de se casar e ficando não apenas impaciente com os atrasos, mas também desconfiada do [sucesso], escreveu uma carta a Sir John Howard, Duque de Norfolk, insinuando que ele era aquele em quem ela mais confiava, porque ela sabia que o rei, seu pai o amava muito, e que ele era um servo muito fiel a ele e a Richard, e muito amoroso e prestativo para os filhos do rei Edward. Primeiro, ela agradeceu por suas muitas cortesias  [escritórios] amigáveis, e então ela orou para que ele, como antes, fosse um mediador para ela no caso do casamento com o Rei, que, como ela escreveu, era sua única alegria no mundo, e que ela era sua [de Richard] em coração, pensamentos e em todos os sentidos.

Os pesquisadores costumam se dividir entre os que defendem que a carta era totalmente falsa e uma mentira ultrajante e aqueles que crêem que era real e foi mal interpretada. Elizabeth desejava somente que Richard negociasse outro casamento para ela, algo que ele fez.

Richard planejou se casar com a irmã de João II, a Princesa Joana de Portugal, e Elizabeth se casaria com outro príncipe português, Dom Manuel (o futuro rei do país). Ambos eram descendentes dos Lancaster através de uma linhagem mais legítima que a de Henry Tudor. O plano era fazer o mesmo que Henry pretendia, unir as casas de York e Lancaster.

Joana não era exatamente a herdeira da Casa de Lancaster, mas suficientemente importante entre os descendentes da Rainha Philippa (esposa de Edward III) para oferecer alguma esperança de que, como rainha da Inglaterra, as lealdades tradicionais Lancaster pudessem se tornar ligadas a ela e não a Tudor.

A Princesa Joanna de Portugal nasceu em 6 de fevereiro de 1452 e era a filha mais velha do rei Afonso V e da rainha de Isabel de Avis. Até o nascimento do irmão mais novo, ela era oficialmente reconhecida como herdeira presuntiva. “A mãe deles, a Rainha Isabel, morreu quando Joanna tinha três anos de idade, e o luto parece ter exercido uma profunda influência sobre a criança, inclinando-a desde os primeiros anos para a vida religiosa”.

Ela cresceu na corte e se dedicou a orações e obras de caridade. Como emblema pessoal, ela escolheu a Coroa de Espinhos. Joana combinava piedade e habilidade política de tal forma que, quando o rei Alfonso saiu em sua expedição ao norte da África em 1471, a princesa foi encarregada da regência com apenas 19 anos. Ela organizou grandes festividades para celebrar o retorno do paie como recompensa, pediu permissão para entrar em um convento. O rei planejava consentir, porém, foi dissuadido pelos grandes nobres que perceberam a importância dela para a sucessão.

Entre 1472 e 1485, Joana passou a maior parte do tempo na casa das freiras dominicanas em Aviero. Foi a preferência pela vida de freira em vez da de rainha que lhe valeu o título de “A Princesa Sagrada”. Durante o reaparecimento “ao mundo” em 1485, ela recebeu pelo menos uma, e possivelmente três, ofertas de casamento de reis vizinhos.

Entre março e agosto de 1485, ocorreram negociações para um casamento entre Joana de Portugal e Richard III. O rei da Inglaterra enviou Sir Edward Brampton à Portugal para abrir as negociações de casamento.

Muitos supunham que Joana rejeitaria a oferta de Richard, pois ela já havia recusado as da França e da Áustria. Historiadores portugueses antigos e o material original deixam claro que Richard esteve muito mais perto de ganhar a mão de Joana do que qualquer outro.

A proposta oficial era de que Richard III se casaria com Joana e Elizabeth de York se casaria com o primo de D. João II, Manuel, Duque de Beja (posteriormente rei Dom Manuel I). Em troca, Richard oferecia, se necessário, enviar um exército inglês para ajudar o rei português contra membros dissidentes da aristocracia.

Joana supostamente teve um sonho profético e respondeu a proposta dizendo que se Richard estivesse vivo, ela iria para Inglaterra e casar com ele. Se ele estivesse morto, o rei João não deveria pressioná-la novamente para se casar. Poucos dias depois da decisão, as notícias de Bosworth chegaram a Portugal. Joana nunca se casou.

Henry Tudor venceu a Batalha de Bosworth graças à traição de Lord Stanley

Henry está olhando para longe (ério, como um vencedor)  com a coroa de Richard na cabeça. Margaret está olhando pra o lado, também séria. Eles estão no campo de batalha, cercados de soldados.
O novo rei Henry VII (Michael Marcus) e Margaret Beaufort (Amanda Hale) após a vitória na
Batalha de Bosworth no décimo episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Margaret Beaufort (para Henry VII): Eu lhe prometi que esse dia chegaria

Margaret Beaufort (Lord Stanley) Você pode ficar onde está. Eu sou a mãe o rei e você deve se ajoelhar para mim como sua rainha. Eu sou Margaret Regina.

Em 22 de agosto de 1485 o exército real de Richard III enfrentou o exército de Henry Tudor na Batalha de Bosworth. A maioria das pessoas esperava uma vitória do rei. Ele nunca fora derrotado em batalhas e Henry era um iniciante. Richard tinha com ele o Duque de Norfolk, o Conde de Northumberland (Henry Percy), e muitos dos amigos mais leais dele, que vieram principalmente do norte, como Francis Lovell, Richard Ratcliffe e James Harrington. “Esses homens o amavam e dariam suas vidas por ele”. 

Henry Tudor desembarcou em Milford Haven, no País de Gales, no domingo, 7 de agosto.  Richard sabia que ele estava vindo, mas acreditava que pretendia entrar pela costa sul. Tudor trouxe cerca de 2.000 homens,a maioria mercenários e rebeldes fornecidos pela França, além de um número considerável de homens que Henry conseguiu no País de Gales, embora não a quantidade que ele esperava. 

A traição à Richard III começou quase imediatamente.  Milford Haven permanecia sob a jurisdição de Rhysap Thomas, promovido pelo rei a tenente principal no sudoeste do País de Gales.  Pouco antes, Thomas ofereceu um voto para mostrar lealdade a Richard:

Quem quer que seja malfadado para o Estado e se atrever a desembarcar nestas partes do País de Gales onde eu tenho confiado sob sua majestade, deve resolver consigo mesmo para fazer sua entrada e irrupção sobre a minha barriga [cadáver].

Thomas não resistiu a Tudor e juntou forças com ele.  A fim de não serenvergonhado na frente de seus homens, ele parou embaixo da ponte quando Tudor passou por ela.  Quando chegou a Bosworth, Henry tinha cerca de 5.000 homens.  O rei, 6.000.  O conde de Northumberland trouxe 3.000 e Lord Stanley chegou ao campo de batalha com uma enorme força de 4.000 soldados.

Stanley deveria lutar por Richard, ainda assim, possuía uma longa reputação de ficar sentado à margem até que o resultado fosse decidido, ou até que ele pudesse se decidir e levar um dos lados à vitória.  Ele construiu um império privado baseado na abordagem cautelosa e vigilante.  Sir Thomas também era padrasto de Henry Tudor. Richard III suspeitava o suficiente para manter o filho de Stanley, Lord Strange, como refém em troca do bom comportamento de seu pai. 

A Batalha de Bosworth teve início após uma troca de canhões e flechas e oDuque de Norfolk liderou as forças de Richard para a batalha.  O rei vestia a armadura que usara em Tewkesbury e colocou uma coroa no capacete, o mesmo que Henry V fizera em Agincourt. Não era característico de Richard ficar atrás, ele liderou parte das tropas de Edward IV quando era um adolescente.  Talvez o rei não quisesse arriscar a vida com a sucessão insegura.  Também é possível que a essa altura a escoliose fosse cada vez mais dolorosa e restritiva. 

O Conde de Oxford liderou a vanguarda de Tudor e o combate foi feroz e acirrado, mas Norfolk foi morto e Oxford avançou.  Richard ordenou ao Conde de Northumberland que se envolvesse. O conde não se mexeu, por motivos desconhecidos (ele pode ter sido bloqueado ou simplesmente traído o rei).  Richard então pediu o apoio de Thomas Stanley, que também permaneceu imóvel. O rei aparentemente deu a ordem para a execução de Lord Strange pela traição de seu pai, que nunca foi cumprida. 

Quando a batalha se voltava contra Richard, ele avistou um pequeno grupo fugindo da retaguarda do exército de Tudor.  O estandarte do invasor voava entre eles e eles se dirigiam para a posição de Lord Stanley,à direita do rei, para implorar pessoalmente que o padrasto de Tudor interviesse. 

Richard viu uma oportunidade de acabar com as coisas de uma vez por todas, de uma forma ou de outra.  O rei uniu as tropas, abaixou a lança,foi em direção ao pequeno grupo e ficou claro que o exército realalcançaria Henry Tudor.

As duas forças se enfrentaram na parte mais significativa do confronto.  Um por um, os amigos de Richard caíram enquanto ele se chegava perto de Henry.  James Harrington, Francis Lovell, e outros aliados do rei foram mortos, mas Richard matou pessoalmente Sir John Cheney, um soldado experiente e porta-estandarte de Henry, William Brandon (uma prova do quão perto ele chegou).

Ao contrário do mito popular criado por William Shakespeare, as fontes afirmam que um escudeiro ofereceu um cavalo ao rei, para que ele fugisse do campo de batalha. Richard recusou, dizendo que só deixaria o campo como o rei indiscutível da Inglaterra, ou morreria rei.

Lord Stanley viu uma clara oportunidade e ordenou que o irmão dele, Sir William Stanley, atacasse. Richard caiu lutando, mas foi morto.  Polydore Vergil, humanista e historiador italiano que escreveu a “Anglica Historia” durante o reinado de Henry VII admitiu que:

O rei Richard foi morto lutando virilmente na mais densa multidão de seus inimigos.

A descoberta da escoliose exibida pelo esqueleto de Richard em 2013 torna tudo mais impressionante, pela dor restritiva que deve ter causado até o fim. Richard III foi o último rei da Inglaterra a morrer em batalha.

A lenda diz que Lord Stanley encontrou a coroa que caíra da cabeça de Richard e a colocou sobre a de seu enteado (algumas versões apontam William Stanley).  Assim começou a famosa dinastia Tudor.  Os Plantagenetas (Plantagenets) governaram a Inglaterra por mais de trezentos anos, a mais longa dinastia da história da Inglaterra e do agora Reino Unido.

A união da Rosa Branca de York com a Rosa Vermelha de Lancaster aconteceu por meio do casamento entre Henry VII e a Rainha Elizabeth de York. A Rosa Tudor é conhecida em todo o mundo e símbolo da ponte levadiça dos Beaufort, símbolo da família de Margaret Beaufort, é até hoje o emblema do Parlamento Britânico.

Elizabeth Woodville reencontrou o Príncipe Richard, Duque de York, em Grafton

Richard está olhando para a mãe, Elizabeth, emocionado. A rainha está com a mão no rosto do filho (de costas para a câmera).
Still da cena em que o Príncipe Richard, Duque de York (Ted Allpress)  e Elizabeth Woodville (Rebecca Ferguson) se reencontram no décimo episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Ficção

Elizabeth Woodville: Richard? Meu menino! Meu menino!

Príncipe Richard: É verdade que meu irmão, o príncipe Edward, está morto?

Elizabeth Woodville: Eu receio que seja.

Príncipe Richard: Quando eu crescer, eu o vingarei.

Elizabeth Woodville: Vingança só traz mais vingança. E batalhas trazem mortes. Prefiro que você viva em paz comigo, meu amor.

O destino do Príncipe Richard nunca foi descoberto. Mesmo os que acreditam que ele tenha sobrevivido não creem que Elizabeth tivesse conseguido esconder o garoto por tanto tempo, seria impossível. A nova rainha era a filha dela, Elizabeth de York e Henry VII não poderia viver sob a ameaça de um menino com reivindicação ao trono muito melhor  que a dele.

The White Princess apresenta a versão de que Perkin Warbeck, rapaz que iniciou uma revolução alegando ser Duque de York, era realmente o príncipe.

Na vida real, Warbeck garantiu ter fugido da Torre de Londres e passado anos se escondendo (ele nunca mencionou ter vivido com a mãe).

Perkin recebeu o suporte de vários países e líderes da Europa, como da Borgonha, (governada pela tia de Richard, Margaret de York), do imperador romano Maxilimiliano I e de James IV da Escócia. Ele era conhecido fora da Inglaterra como Richard IV.

Em 1497, Perkin Warbeck foi capturado após uma invasão mal sucedida e preso na Torre de Londres. Ele confessou ser um impostor e foi executado por tentativa de fuga. A história foi esquecida e nunca foi comprovado se Perkin realmente era o Duque de York. A maioria dos escritores defende que ele era um impostor.

REFERÊNCIAS

BALDWIN, David. Elizabeth Woodville: Mother of the Princes in the Tower (English Edition). 2. ed. eBook Kindle: The History Press, 2011.

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