A série The White Queen (2013), produzida pela BBC One em parceria com o canal Starz, é baseada em três livros da escritora Philippa Gregory: The White Queen (sobre Elizabeth Woodville, rainha consorte de Edward IV), The Red Queen (sobre Margaret Beaufort, mãe de Henry VII) e The Kingmaker’sDaughter, (sobre Anne Neville, filha de Richard Neville, conde de Warwick e rainha consorte de Richard III).

The White Queen é de longe a série mais historicamente precisa do canal Starz (que também produziu The White Princess e The Spanish Princess). Mas, por ser baseada em livros que misturam realidade com rumores da época e fantasia, alguns fatos podem confundir aqueles que conheceram e se interessaram pelos períodos York e Tudor através das séries.

Estes artigos especiais abordam os principais momentos de cada um dos dez episódios de The White Queen e esclarece se foram reais, fictícios ou baseados em rumores.

Você pode conferir os artigos sobre cada episódio na lista a seguir:

Episódio 1:  Apaixonada pelo Rei

Episódio 2: O Preço do Poder

Episódio 3: A Tempestade

Episódio 4: A Rainha Má

Episódio 5: A Guerra na Própria Pele

Episódio 6: Amor e Morte

Episódio 7: Veneno e Vinho

Episódio 8: Vida Longa ao Rei

Episódio 9: Os Príncipes na Torre

Episódio 10: A Batalha Final

The White Queen Episódio 5: A Guerra na Própria Pele

Edward IV visitou Elizabeth Woodville na Abadia de Westminster

Imagem da cena em que Edward IV (Max Irons) visita Elizabeth Woodville (Rebecca Ferguson) na  na Abadia de Westminster no quinto   no segundo episódio de The White Queen (BBC One/Starz). Edwad esté segurando o filho bebê.
Still da cena em que Edward IV (Max Irons) visita Elizabeth Woodville (Rebecca Ferguson) na na Abadia de Westminster no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

No início de 1471, Edward IV deixou Borgonha, onde estava refugiado, com uma força de apenas pouco mais de mil homens. Edward contornou a costa leste em meio a tempestades (que mais tarde atrasaram a saída de Margaret de Anjou) e partiu para o norte. Eventualmente, ele desembarcou em Ravenspur, o exato lugar em que o avô de Henry VI, Henry IV, retornou a Inglaterra para começar a jornada pelo trono.

A cidade de York permitiu que Edward entrasse sob a condição de que o exército ficasse do lado de fora, e o rei alegou, como Henry IV, que não buscava a coroa, mas sim, restaurar seu Ducado e suas terras.

Significativamente, nem John Neville, nem Henry Percy, tentaram parar ou capturar Edward. Embora não tenham ajudado, eles também não tentaram atrapalhar o progresso do rei. Durante a marcha para o sul, Edward IV reuniu suporte e soldados, principalmente quando entrou em territórios mais amigáveis, nas Midlands.

Warwick foi alertado da volta do primo e imediatamente deixou George Neville no controle de Londres, partindo para o norte com uma ordem para que as tropas se preparassem para um confronto. As hesitações e atrasos de Margaret de Anjou começaram a jogar a favor de Edward.

Jasper Tudor, Edmund Beaufort, John Courtney e muitos outros, hesitaram em erguer as armas para ajudar Warwick. A lealdade deles pertencia a Henry e Margaret, não a Richard Neville, que ainda era visto como um traidor, dos Lancaster e dos York.

Edward agiu decisivamente. Marchou diretamente para Warwick, que estava estabelecido em Coventry esperando ajuda. Encontrando Coventry impenetrável, decidiu fazer uma grande aposta e seguiu para Londres para assegurar a cidade e operar com autoridade. A essa altura, George, duque de Clarence, já estava novamente ao lado do irmão.

Richard Neville enviou uma mensagem desesperada para Londres ordenando que sob nenhuma circunstância a entrada de Edward deveria ser permitida e, ao mesmo tempo, tentou uma ação rápida em apoio de Henry VI. O resultado foi desastroso.

Na quinta-feira Santa de 1471, Henry desfilou pelas ruas de Londres e tudo que a pequena multidão via era um homem fraco e quase senil, algo que apontou, da forma mais direta possível, todas as falhas do rei.

No mesmo dia, Edward entrou em Londres liderando um exército. O contraste não poderia ser mais extremo. Edward era um jovem forte enérgico, uma imagem perfeita de como um rei deveria ser. Enquanto o desfile de Henry foi recebido com zombaria, Edward foi recebido com a aclamação do povo.

Mais tarde, Edward foi a Abadia de Westminster para se encontrar com a rainha Elizabeth e conhecer o filho, o pequeno Príncipe Edward. Ele não possuía muito tempo, mas coseguiu tempo suficiente para garantir que a família estivesse segura e levá-los para a Torre de Londres.

Edward IV se declarou rei outra vez em 11 de abril de 1471.

O exército de Warwick era maior que o de Edward IV

 Imagem do Conde de Warwick erguendo a espada, se preparando  para a batalha no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).
O Conde de Warwick (James Frain) em uma still do no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Richard Neville: Outros comandantes pediriam para vocês ficar e lutar até a morte enquanto eles fugiriam em seus cavalos. Mas esta é a minha promessa para todos. Eu não vou cavalgar e deixar vocês. Ficarei e lutarei ao lado de vocês!

Warwick estava erguendo um enorme exército e Edward sabia que precisava reunir o máximo de homens que pudesse até que as duas forças se encontrassem. O rei era gentil, carismático e ganhava aliados facilmente, entretanto, não a tempo de conseguir um exército tão grande quanto o do primo.

As tropas de Edward chegaram a Barnet, nas proximidades de Londres, ao anoitecer do dia 13 de abril para acampar perto das forças de Warwick e atacar ao amanhecer. O rei era estrategista e um bom líder. Ele sabia identificar e explorar fragilidades nos sistemas defensivos.

A Batalha de Barnet aconteceu no domingo de Páscoa em 14 de abril de 1471. As tropas comandadas por Richard Neville eram compostas por cerca de quinze mil soldados liderados por John Neville, Exeter, Oxford e Somerset.

Edward IV comandava cerca de dez mil soldados, com o próprio Edward liderando pelo centro, William Hastings pela esquerda, e surpreendentemente, o irmão adolescente do rei, Richard de Gloucester, liderando pela direta em sua primeira grande batalha.

 A marcha final dos York foi feita no escuro e eles calcularam mal a posição inimiga, estando muito mais próximos do que pretendiam. Ainda à noite, o lado Lancaster disparou fechas e balas de canhão às cegas, na esperança que estivessem acertando o campo York. Mas as balas passaram por cima das cabeças dos York e aterrissavam em um campo vazio.

O confronto todo foi confuso.

A área em que ambas as forças estavam acampadas era pantanosa e causou um forte nevoeiro ao amanhecer (não a magia de Elizabeth e Jacquetta). A visibilidade era muito baixa e os homens só estavam cientes da proximidade do inimigo pelos sons de trombetas, pessoas armadas e movimento pelo som.

Às cinco da manhã foi dada a ordem de ataque e os exércitos avançaram um contra o outro. O confronto foi travado a pé, com poucos homens a cavalo. Warwick mandou o cavalo para trás e marchou para frente (diferente do dito na série, ele não matou o próprio cavalo para provar que não fugiria).

O confronto foi uma difícil luta corpo a corpo. As forças de Oxford venceram as de Hastings. O combate no centro, entre os grupos de John Neville e Edward estava equilibrado. Contudo, Richard Gloucester explorou as forças de Exeter pelo lado esquerdo Lancaster e causou um grande progresso para o rei, girando toda a linha de batalha.

Warwick, vendo a mudança, ordenou que a retaguarda ajudasse a aliviar a pressão sob Exeter enquanto caminhava para o centro. A linha de batalha se estabeleceu em uma orientação que se inclinava a nordeste e sudeste.

Após a vitória contra Hastings, Oxford tentou retornar e apoiar o centro de ataque Lancaster, mas foi confundindo com a retaguarda de Edward IV. Na névoa, o distintivo Raysbadge “estrelas com raios”, parecia o Sunne in Splendour “o sol no esplendor” de Edward e as tropas foram recebidas com uma enxurrada de flechas. Os homens de Oxford gritaram “traição” e revidaram. Os gritos se espalharam por todo o campo e os Lancaster começaram a se desesperar, se separando ou fugindo.

Quando o nevoeiro começou a se dissipar, Edward enviou a retaguarda para o centro do exército inimigo. No grande fiasco Lancaster que se seguiu, John Neville foi atingido e morto. Ao ver o irmão caído, Warwick tentou alcançar os cavalos para fugir (outra vez diferente do falado na série), porém, foi alcançado por soldados York, derrubado, esfaqueado e morto.

O corpo de Warwick foi exibido ao público

Richard Neville (James Frain), Richard Gloucester (Aneurin Barnard), Esward IV (Max Irons) e George Clarence  (David Oakes)  em uma imagem do velório de Warwick no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).
Richard Neville (James Frain), Richard Gloucester (Aneurin Barnard), Esward IV (Max Irons) e George Clarence (David Oakes) em uma still do velório de Warwick no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

George Clarence: A cabeça dele deveria ser cortada e exibida nos portões da Torre para todos verem. É o único jeito de punir traidores.

Richard Gloucester: Ele pode ter sido apenas seu sogro, mas foi como um irmão para nós. Devemos lembrar dele como o herói que ele foi, não pelo traidor que se tornou. E nós não somos selvagens.

George Clarence: Nós o executamos, não é?

Edward IV: Lembre-se de onde você está. Ganhamos uma batalha, mas ainda devemos ganhar a guerra. E eu não admito isso!

Os corpos de Richard Neville e do irmão dele, John Neville foram publicamente exibidos na Catedral de St. Paul como prova de que estavam mortos e parar os rumores de que ambos estavam vivos e planejando uma ova investida contra Edward IV.

Quando o velório público foi encerrado, os corpos foram entregues o arcebispo George Neville, irmão de Warwick para uma pequena cerimônia e enterro no cofre da família na Abadia de Bisham.

Henry Sttaford lutou a favor de Edward IV

 Margaret Beaufort (Amanda Hale)  e Sir  Henry Stafford (Michael Maloney), doente na cama, em uma imagem do quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).
Margaret Beaufort (Amanda Hale)  e Sir Henry Stafford (Michael Maloney) em uma imagem do quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Margaret Beaufort: Talvez você fique bom.

Henry Sttaford: Deus te abençoe. E a seu filho. Queria que tivéssemos tido o nosso, mas eu não gosto menos dele. É um bom rapaz. Faça as pazes com os York e o traga seguro para casa. Pela paz Margaret.

Diferente do episódio anterior em que praticamente toda a trama de Margaret Beaufort era ficção, quase toda a história de Margaret no quinto episódio é verdadeira.

Em janeiro de 1470, Edward IV, ainda não tinha certeza da lealdade de Henry Stafford e manteve Henry apenas como cavaleiro “Sir”, enquanto nomeou o irmão dele, John Stafford, conde de Wiltshire. Mesmo assim, Henry lutou por Edward IV em Losecoat Field e foi o responsável por avisar a mãe da esposa, Margaret Beauchamp, sobre a morte do enteado.

Quando Henry VI voltou ao poder, a corte Lancaster foi restaurada e Henry Sttaford, Margaret Beaufort, Henry Tudor e Jasper Tudor, participaram juntos de uma audiência com o rei e jantaram com Sir Richard Tunstall.

Logo após saber que Edward estava marchando para recuperar a coroa, em março de 1471, o duque de Somerset, Edmund Beaufort, visitou a prima Margaret e tentou convencer Henry a se juntar ao exército Lancaster. Ele prometeu pensar.

Em 12 de abril, Henry Sttaford decidiu apoiar Edward IV, acompanhado pelo mordomo, John Gilpyn e uma série de funcionários. Apesar de se aliar ao vencedor, Sir Henry foi gravemente ferido durante a Batalha de Barnet.

Margaret Beaufort tentou de todas as formas possíveis trazer o marido para casa. Ela foi a Londres, enviou um cavaleiro a Barnet para saber notícias e não descansou até encontrá-lo.

Henry chegou voltar para casa, mas não resistiu a faleceu em quatro de outubro de 1471 e Margaret se tornou viúva pela segunda vez aos 28 anos.

O relacionamento entre Margaret e o marido parece ter sido muito melhor do que o retratado em The White Queen, ainda assim, tal como na série, Margaret ficou abalada com a morte do marido.

Outro fato importante sobre a vida da mãe de Henry VII no quinto episódio é que ela realmente pediu para que Jasper Tudor levasse Henry Tudor com ele e passou anos sem ver o filho.

O exército Lancaster foi rapidamente derrotado e o Príncipe Edward foi morto

Margaret de Anjou (Veerle Baetens)  conversando com o filho  Edward Lancaster (Joey Batey)  antes da batalha em uma still do quinto   episódio de The White Queen (BBC One/Starz).
Margaret de Anjou (Veerle Baetens)  conversa com o filho Edward Lancaster (Joey Batey)  antes da Batalha de Tewkesbury no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Margaret de Anjou: É isso que significa ser uma rainha guerreira. Sou duplamente maldita. Eu nunca fui amada, sou a mulher que ousou governar quando o marido não pôde e que lutou para assegurar a posição de seu único filho. Como eu ousei fazer isso? Homens!

Anne Neville: Por que duplamente?

Margaret de Anjou: Porque sou francesa, claro.

Edward de Lancaster: O rio está muito alto para atravessar e vamos todos morrer de estivermos desse lado ao amanhecer.

Margaret de Anjou: Prepare seu exército. Edward é rápido como o diabo. Ele se prepara na escuridão e conquista nas brumas. Devem aproveitar toda vantagem. E estejam prontos. Estejam prontos para lutarem por nossas vidas.

Em 16 de fevereiro de 1471, The Prior of St. John’s e outros oficiais foram enviados para escoltar o Príncipe Edward de Lancaster e Margaret de Anjou para a Inglaterra. Porém, eles não cruzaram o Canal até abril. Quando chegaram em Weymouth em 14 de abril, o Conde de Warwick havia sido derrotado na Batalha de Barnet naquela mesma manhã.

O rei Edward estava perseguindo Margaret e as forças Lancaster desde que descobriu que eles planejavam fugir para o País de Gales (Anne Neville não interferiu na estratégia Lancaster como fez na série, os registros indicam apenas que ela estava, de fato, com eles). Edward notou que eles teriam que cruzar o rio Severn até Gales e que o caminho mais próximo para a passagem era a cidade de Gloucester.

O rei enviou uma ordem ao governador, Richard Beauchamp, para fechar os portões da cidade e se recusar a deixar Margaret de Anjou e suas forças passarem. Margaret sabia que não poderia invadir a cidade antes que Edward chegasse, e portanto, a única escolha era ordenar que o exército marchasse mais dez milhas até Tewkesbury. Lá, eles poderiam passar acima do rio Severn.

A longa caminhada causou exaustão, e as tropas foram obrigadas a abandonar parte da artilharia. Em Tewkesbury, eles pararam para descansar durante a noite e Edward teve tempo de chegar à cidade.

Ao amanhecer do dia quatro de maio de 1471, A Batalha de Tewkesbury começou. Os Lancaster possuíam um exército de aproximadamente sete mil soldados. Edward de Lancaster estava no comando do centro, auxiliado por John, Lord Wenlock, Sir John Langstrother e o Duque de Somerset. Esta seria a primeira, e última batalha do Príncipe de Gales.

Os York, com um exército de cerca de cinco mil homens, comandos mais uma vez por Edward IV, William Hastings e Richard, duque de Gloucester, eram muito melhor armados e mais preparados que os Lancaster. Eles foram capazes de derrotar as forças inimigas e alcançar os que conseguiram fugir pelo rio.

Os relatos sobre a morte de Edward, príncipe de Gales são conflitantes. Algumas fontes afirmam que o príncipe foi morto pelo próprio Edward IV, outras por um dos outros irmãos York, George ou Richard, ou por um simples soldado. Não se sabe ao certo se Edward foi morto durante ou depois da batalha, mas com certeza não foi uma morte irrealista como algumas versões descrevem.

George de Clarence escreveu para Henry Vernon em seis de maio de 1471:

“Meu lorde teve muita velocidade para a subjugação de seus inimigos, traidores e rebeldes, entre os quais Edward, antes chamado de Príncipe, o antigo conde de Devon, e outros cavaleiros, escudeiros e cavalheiros, foram mortos em batalha. Edmund, antigo Duque de Somerset foi pego e executado, entre outros diversos tipos, cavaleiros, escudeiros e cavalheiros que também foram pegos”.

Anthony Woodville salvou Londres de um ataque Lancaster

Anthony Woddville (Ben Lamb) na Torre de Londres em uma imagem do  do quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).
Anthony Woodville (Ben Lamb) na Torre de Londres em uma imagem do do quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Fato

Anthony Woodville: Então, aguardamos o inimigo se recuperar e atacar? O que sugere irmã?

Elizabeth Woodville: Revidar! Impedir que cheguem perto da minha família. Vamos atacá-los quando menos esperam. A maioria dos homens prefere morrer dormindo, não?

Anthony Woodville: Fala como uma verdadeira York! Atacaremos antes do amanhecer.

Da mesma maneira que em The White Queen, a família de Edward IV estava na Torre de Londres, supostamente em segurança, quando Thomas Neville, primo e apoiador de Richard Neville, liderou um sério ato de resistência contra Edward IV em maio de 1471 para tentar libertar Henry VI da Torre de Londres.

Conhecido como “o Bastardo de Fauconberg”, Thomas Neville era um filho ilegítimo de William Neville, Lorde Fauconberg e conde de Kent. Neville marchou para Kent e recrutou um grande exército Lancaster, composto por homens economicamente insatisfeitos, mais interessados em saques e roubos do que em política.

 Em 12 de maio, com a frota ancorada no Tâmisa e o exército nos portões, Neville exigiu entrar em Londres. Edward estava em campanha no oeste e tinha deixado o comando da cidade com o Conde de Essex e Anthony Woodville, conde Rivers. Ambos se recusaram a obedecer e impediram um ataque na Ponte de Londres.

No dia seguinte, os próprios cidadãos frustraram a tentativa de Neville de atacar Westminster. Em 14 de maio, Fauconberg bombardeou Londres de seus navios e lançou mais ataques malsucedidos na Ponte de Londres e na parte oriental da cidade.

Anthony Woodville espalhou as forças Lancaster com um ataque repentino de fora da Torre de Londres e forçou Neville a se retirar.

Thomas Neville partiu para Blackheath, sem abandonar a causa até ter certeza que a resistência Lancaster havia entrado em colapso ao redor do país. Fauconberg se rendeu, recebeu o perdão do rei e foi para norte servir Richard Gloucester, mas foi executado em Middleham por razões desconhecidas em setembro.

Anne Neville foi salva por Richard de Gloucester

 Anne Neville (Faye Marsay) e Richard de Gloucester (Aneurin Barnard) caminham conversando sobre em Margaret de Anjou
Anne Neville (Faye Marsay) e Richard de Gloucester (Aneurin Barnard) em uma still do quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Ficção

Richard Gloucester: Esqueça a rainha má. Ela não merece sua simpatia.

Anne Neville: Você lembra de como a chamávamos…O que acontecerá?

Richard Gloucester: Ela passará o resto dos dias na Torre, imagino. Como o marido dela.

Anne Neville: É o meu destino também?

Richard Gloucester: Espero que não…

Enquanto Anne Neville e Margaret de Anjou estavam foragidas, Richard Gloucester certamente estava com Edward IV em Conventry, o que torna impossível que uma das cenas mais significativas de The White Queen tenha acontecido na vida real e, embora seja um dos melhores diálogos de todos os dez episódios, Margaret também nunca tentou convencer Richard a se aliar a ela.

Assim como na série, Anne Neville acompanhou as tropas Lancaster com a sogra Margaret de Anjou. Porém, elas não assistiram ao confronto.  Os primeiros relatos diziam que elas estavam sendo abrigadas por uma família no Payne’s Palace em Burshley, antes de partirem para Birtsmorton Cour. De lá, elas prosseguiram para o mosteiro Malvern Priory em Worcestershire, onde estariam mais seguras.

Por muitos anos, os historiadores sustentavam somente que as duas foram encontradas pelos York. O historiador americano Jacob Abbot sugeriu que Thomas Stanley foi o mensageiro. Stanley tinha sido casado com a irmã de Warwick (e mais tarde com Margaret Beaufort), e portanto, tio de Anne Neville.

Margaret e Anne foram presas dois dias depois em uma igreja perto de Tewkesbury, por outro irmão Stanley, William, que as conduziu para encontrar o rei Edward em Coventry em 11 de maio.

Dado o tratamento humilhante que Margaret de Anjou recebeu no caminho de volta a Londres, ela não obteve muita simpatia ou compaixão do rei. Anne foi muito mais inteligente e gentil com o rei, ou não disse nada e a idade e a inocência da garota de 14 anos foram essenciais para convencer Edward a perdoá-la.

É possível que Anne tenha encontrado Richard em Coventry. Não se sabe como foi o encontro. Se aconteceu, foi amigável, considerando que eles eram grandes amigos de infância.

Margaret de Anjou começou a jornada para o sul a caminho da Torre de Londres em 14 de maio, enquanto Anne foi libertada sob custódia da irmã Isabel e de George de Clarence.

A antiga rainha permaneceu aprisionada na Inglaterra até voltar para a França quase cinco anos depois.

Os irmãos York mataram Henry VI

Elizabeth Woodville (Rebecca Ferguson)  testemunhando o assassinato de Henry VI no quinto episódio de The White Queen (BBC One/Starz).

Provavelmente ficção

Mesmo quase 550 anos depois, a morte de Henry VI permanece um mistério, mas é muito provável que o rei tenha sido assassinado. O próprio site oficial da Família real britânica confirma: “Pouco depois da batalha (de Tewkesbury), Henry foi morto na Torre de Londres”.

No entanto, a morte de Henry VI foi diferente do retratado em The White Queen, onde a rainha Elizabeth Woodville vê Edward VI, George de Clarence e Richard de Gloucester sufocando Henry VI até a morte.

O rei foi deposto e se tornou prisioneiro logo após a vitória de Edward IV. Dias mais tarde, morreu na Torre de Londres entre 21 e 23 de maio de 1471. A razão oficial foi “desprazer e melancolia” ao saber da morte do filho, Edward.

Os primeiros rumores defendiam que Henry fora assassinado a facadas, mas exames forenses de 1910 indicam que o corpo do rei foi encontrado com sangue coagulado no cabelo e o crânio esmagado, o que sugere que a causa da morte pode ter sido uma pancada na cabeça.

É praticamente impossível que os irmãos York (ou um deles) tenham matado Henry VI pessoalmente. Por que os três homens mais poderosos da Inglaterra assassinariam o antigo rei quando vários aliados poderiam fazer isso por eles?

É bastante possível que Edward IV tenha ordenado a morte de Henry, ou ainda George ou Richard, mas é muito improvável que eles tenham feito algo além disso.

O corpo de Henry VI (como Richard III explica em um dos últimos episódios) foi exposto para que todos tivessem certeza da morte, e depois enterrado na Abadia de Chertsey em Surrey e removido para  a Capela de Saint George no Castelo de Windsor (local em que os monarcas costumam ser enterrados), em 1484, a pedido de Richard III.

REFERÊNCIAS

BAUMGAERTNER, Wm. E..  A Time-Line of Fifteenth Century England: 1398 to 1509. 1. ed. Colúmbia Britânica, Canadá: Trafford Publishing, 2002.

BURKLE, Cathy. History Shorts: Edward IV . 1. ed. Kindle Edition: Sober Solutions, 2013.

CORBET, Dr. Anthony. Edward IV, England’s Forgotten Warrior King: His Life, His People, and His Legacy. 1. Ed. iUniverse, 2015.

CRAWFORD, Anne. The Yorkists: The History of a Dynasty. 1. ed. Auckland, New Zealand: Egan Reid, 2007.

DEAN, Kristie. The World of Richard III. 1. ed. Stroud, Gloucestershire: Amberley Publishing, 2015.

HICKS, Michael.  Warwick the Kingmaker. 2. ed. Oxford: John Wiley & Sons, 1991.

HIGGINBOTHAM, Susan. The Prince Who Did Not Become King: Edward of Lancaster, 1453-1471. 1. ed. eBook: Kindle, 2011.

HISTORY, Hourly. British History: The Ultimate Box Set on British History. 1. ed. eBook:  Kindle, 2017.

LEWIS, Matthew. A Glimpse of The Wars of the Roses: (English Edition). 1. ed. eBook:  Kindle, 2013.

LICENCE, Amy. Anne Neville: Richard III’s Tragic Queen. 1. ed. eBook Kindle: Amberley Publishing, 2013.

STARZ. The White Queen (A Rainha Branca) Episódio 5: A Guerra na Própria Pele. Disponível em: https://www.starz.com/br/pt/play/18639. Acesso em: 10 jun. 2020.

TIMELINE – WORLD HISTORY DOCUMENTARIES. Britain’s Bloody Crown: The Kingmaker Must Die Ep 2 of 4 (Wars of the Roses Documentary). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fG1NpCE1B5k. Acesso em: 13 jun. 2020.

WAGNER, J. A. Encyclopedia of the Wars of the Roses. 1. ed. Google Books: ABC-CLIO, 2001. p. 150-190.

WOLFFE, Bertram.  Henry VI. 2. ed. New Haven andLondon: Yale University Press, 2001.

Informações adicionais:History ExtraBBC HistoryHistory EnglandThe History of EnglandHistory FilesThoughtCoHistory of Royal Woman.